Cuide do risco dos seus investimentos em 2022

jan. 25, 2022

Cuide do risco dos seus investimentos em 2022 

ABNER DE OLIVEIRA

Gestor da Maza Invest


2021 foi um ano de duas partes distintas. Um primeiro semestre positivo com as bolsas subindo e a economia acelerando, e um segundo semestre terrivelmente negativo com todo tipo de crise interna e externa. A bolsa caiu, devolveu todos os ganhos do primeiro semestre e terminou no negativo (-11,93% no ano). A inflação acelerou (IPCA: +10,06%) e o crescimento estagnou.

Dezembro foi o primeiro mês positivo para a bolsa em seis meses (+2.85%). Para isso contribuiu a continuidade de uma tendência bastante interessante, e que a gente vem apontando, que é a entrada massiva do investidor estrangeiro. Este continua fazendo compras ávidas no Ibovespa cada vez mais baixo. A tendência ainda não se reverteu e deve continuar, pelo menos, nos dois primeiros trimestres deste ano.

No entanto, 2022 começou com perspectivas preocupantes. A inflação está alta e não começou a dar sinais de arrefecimento (IPCA: +0.73% em dezembro/21, acima das expectativas). O mercado espera novas altas da Selic, o PIB continua sendo revisado para baixo e dos Estados Unidos vem a notícia de que o FED vai encerrar antes do previsto o seu programa de estímulos, que comprava grandes volumes de títulos mensalmente. O FED também sinaliza aumento de taxa de juros nos Estados Unidos. Isso deve roubar uma parte do apetite do investidor estrangeiro para os países emergentes, entre eles o Brasil.

A inflação é um dos poucos fatores que trouxe preocupações em 2021 e continuará trazendo ao longo de 2022. E isso não é só no Brasil, é também no mercado global. Junto com a inflação, outro fator preocupante é a crise na cadeia de suprimentos. Está ficando cada vez mais distante a saída da crise de logística e de suprimentos no mundo que se iniciou lá em março de 2020 com a pandemia.

As eleições presidenciais no Brasil ainda não começaram a influenciar os preços dos ativos de maneira clara. Quando isso começar a acontecer, uma coisa é certa: a turbulência vai aumentar. A volatilidade dos ativos de risco deve subir. A forma de resposta a essa questão é aumentando a parcela de renda fixa nos investimentos, reduzindo um pouco o risco em todas as carteiras – algo que nós já começamos a fazer e pretendemos terminar ainda no primeiro trimestre. O objetivo é imunizar as carteiras contra o sobe e desce que será regra para a bolsa ao longo do ano, até o final das eleições.  

O brasileiro está assistindo à volta de um fenômeno conhecido e que perdurou por muito tempo no passado: o protagonismo da renda fixa nas carteiras. Com a Selic em dois dígitos, principalmente os papéis pós-fixados continuam apresentando excelentes oportunidades de valorização e não podem faltar. No entanto, uma palavra de cautela: não se espera que o reinado da renda fixa dure décadas como durou no passado. Com os cenários mudando já em 2023 – espera-se, por exemplo, o início de um ciclo de redução da Selic – é necessário continuar de olhos abertos, realizando as análises corretas, trabalhando com os cenários e alterando a composição das carteiras dentro de uma alocação inteligente. 

Diante de um ano de incertezas mas também de oportunidades, o nosso compromisso continua o mesmo: manter o risco sob controle, adequar o funcionamento das carteiras ao perfil, à personalidade e aos objetivos do investidor e buscar aquelas oportunidades que só quem olha para o mercado sem conflito de interesses pode encontrar. 

Se você é um investidor arrojado, que está buscando crescimento constante, 2022 trará oportunidades interessantes. Se, você gostaria de passar um ano mais tranquilo, com rendimentos previsíveis e menos volatilidade, também haverá opções bastante atraentes. E se você está buscando investir no exterior pela primeira vez ou continuar o investimento lá fora, nós também podemos ajudar. Fale com a gente!

Um abraço!


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Na semana passada, o banco Itaú veiculou uma propaganda em horário nobre em que um ator se mostrava arrependido por ter “investido em corretora”. A peça ironizava ainda o assessor de investimentos que, ligado à tal corretora, não parava de telefonar para o cliente indicando novos investimentos, em busca de melhorar sua comissão. O filme deu o que falar. A maior rede comercial de investimentos do Brasil, a XP, respondeu através de um duro comunicado, em que acusa os bancos de preferirem o “Brasil do passado, com juros altos e baixa concorrência”. E defendeu o modelo de comissionamento dos assessores XP, argumentando que o modelo é “transparente”. A campanha tocou em pontos importantes. O investidor brasileiro atua majoritariamente através dos bancos de varejo e tem pouco conhecimento das possibilidades que estão à sua disposição no mercado. Considera que investir através do banco é mais seguro, ignorando que o risco dos investimentos está principalmente na escolha dos ativos que irão compor a sua carteira e não na corretora. E como não é fácil escolher investimentos, ele acaba dependendo da intermediação de agentes que, às vezes, operam de forma pouco clara. Nesse sentido, o Itaú e a XP são muito parecidos. Ambas as empresas se utilizam do mesmo modelo comercial, que está baseado em remunerar o agente em cima do que ele recomenda ao cliente. Todos os produtos apresentados por um gerente de banco ou por um assessor de investimentos pagam comissão e rebates. Além disso, estes profissionais estão subordinados a metas de vendas e captação. As duas entidades também são pouco transparentes em relação a essas regras. É raro que um cliente saiba quanto cada produto paga de comissão ao agente. Muitos, sequer, se interessam pelo assunto. Não é errado “ganhar dinheiro”, como diz o presidente da XP. E o modelo descrito acima não é ilegal, ao contrário. Mas não dá para dizer que ele prioriza o cliente. Em resposta à controvérsia, a Anbima (entidade autorreguladora do mercado) emitiu nota informando que defendeu junto à CVM que a remuneração dos agentes (e outros custos) seja aberta ao investidor: “Acreditamos na transparência como norte para a atuação das instituições, especialmente no relacionamento com o cliente”. E complementa: “todos esses movimentos fortalecem a indústria de gestão, cujo papel estratégico se faz ainda mais relevante diante da busca por diversificação, especialmente no atual cenário econômico”. Gestão é o que a Maza faz. Monitoramos milhares de ativos financeiros e o contexto econômico atual para definir quais são os melhores investimentos para cada carteira. Auditamos e reportamos ao cliente cada lançamento, cada taxa, cada custo. E não podemos receber comissões ou rebates: a única remuneração da empresa é a mensalidade paga pelo cliente. Ao contratar a gestão, o cliente sabe que o seu investimento não tem vícios de escolha, e nem custos escondidos para remunerar agentes comerciais. Além disso, em algumas das corretoras de mercado, o cliente da gestão faz jus ao recebimento das taxas de promoção comercial que alguns produtos pagam. Já que a Maza não pode receber esses valores, eles são devolvidos diretamente ao cliente.  Não é apenas mais ético: também entrega melhores resultados .
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