Como a bolsa influenciou três tipos de investidores em novembro.

Abner de Oliveira • dez. 10, 2021

Como a bolsa influenciou três tipos de investidores em novembro


Novembro foi mais um mês negativo para a bolsa. O índice fechou em 101.916 pontos, uma queda de 1,53% no mês e, desde junho, acumula perda superior a 22%.

É notório que a bolsa vem enfrentando quedas subsequentes e bastante agressivas. Isso não se deve a uma crise única. Uma série de choques na política e na economia vem se sucedendo com alta frequência – às vezes mais de um por semana – e impondo perdas na bolsa que, no conjunto, ainda não foram recuperadas.

Quando a gente olha para o perfil de investidor que está realizando essas perdas e gerando níveis cada vez mais baixos na bolsa, percebe um comportamento interessante. 

De um lado temos os investidores institucionais, que desde junho atuaram para retirar recursos em montante que já soma mais de R$ 330 bilhões. São, por exemplo, os fundos de pensão, com mandatos rígidos e obrigados a realizar as perdas no momento que determinado nível de volatilidade se verifica. No mesmo período, vimos um comportamento inverso dos investidores estrangeiros, que colocaram mais de R$ 290 bilhões na bolsa. 

Ou seja, de um lado nós temos um investidor que não tem como responder de outra forma a não ser vendendo posições perdedoras, e de outro um investidor profissional que está vendo preços cada vez mais atraentes e realizando compras. 

E no meio desses dois há o investidor pessoa física. Muito se falou da grande quantidade de CPFs na bolsa e da possibilidade de debandada desses investidores com o aumento da taxa básica de juros, a Selic. Porém, na verdade, o investidor pessoa física só passou a ter saldo negativo a partir de outubro e não ocorreu saída em massa dos CPFs da bolsa. Além disso, os volumes movimentados são sensivelmente menores em relação aos investidores institucionais e estrangeiros: no ano, o saldo ainda é positivo em R$ 10 bilhões para o investidor pessoa física.

E de que lado nós, da Maza, estamos? Do investidor institucional, obrigado a realizar suas perdas à medida que elas vão acontecendo, ou do investidor estrangeiro, que está fazendo compras regulares e aproveitando níveis de preços cada vez mais atrativos na bolsa? 

No momento, nós estamos no segundo time: montando posições estratégicas com as carteiras mais arrojadas para aproveitar a situação atípica que estamos vivendo. São níveis atraentes de preços que não respondem a nenhum tipo de fundamento na realidade. 

Há, é verdade, um sentimento generalizado de maior risco – e isso não é só no Brasil. Mas quando se olha para as empresas e para as projeções da economia, vê-se que esses fundamentos não explicam os atuais níveis de preços das bolsas. 

Não temos a ilusão de que o quadro permanecerá para sempre. Tanto os níveis de preços devem se alterar, como também o nosso posicionamento. Faremos uma revisão no primeiro trimestre do ano que vem, quando imaginamos que o mercado começará a precificar as eleições e outra natureza de risco virá por aí.


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Na semana passada, o banco Itaú veiculou uma propaganda em horário nobre em que um ator se mostrava arrependido por ter “investido em corretora”. A peça ironizava ainda o assessor de investimentos que, ligado à tal corretora, não parava de telefonar para o cliente indicando novos investimentos, em busca de melhorar sua comissão. O filme deu o que falar. A maior rede comercial de investimentos do Brasil, a XP, respondeu através de um duro comunicado, em que acusa os bancos de preferirem o “Brasil do passado, com juros altos e baixa concorrência”. E defendeu o modelo de comissionamento dos assessores XP, argumentando que o modelo é “transparente”. A campanha tocou em pontos importantes. O investidor brasileiro atua majoritariamente através dos bancos de varejo e tem pouco conhecimento das possibilidades que estão à sua disposição no mercado. Considera que investir através do banco é mais seguro, ignorando que o risco dos investimentos está principalmente na escolha dos ativos que irão compor a sua carteira e não na corretora. E como não é fácil escolher investimentos, ele acaba dependendo da intermediação de agentes que, às vezes, operam de forma pouco clara. Nesse sentido, o Itaú e a XP são muito parecidos. Ambas as empresas se utilizam do mesmo modelo comercial, que está baseado em remunerar o agente em cima do que ele recomenda ao cliente. Todos os produtos apresentados por um gerente de banco ou por um assessor de investimentos pagam comissão e rebates. Além disso, estes profissionais estão subordinados a metas de vendas e captação. As duas entidades também são pouco transparentes em relação a essas regras. É raro que um cliente saiba quanto cada produto paga de comissão ao agente. Muitos, sequer, se interessam pelo assunto. Não é errado “ganhar dinheiro”, como diz o presidente da XP. E o modelo descrito acima não é ilegal, ao contrário. Mas não dá para dizer que ele prioriza o cliente. Em resposta à controvérsia, a Anbima (entidade autorreguladora do mercado) emitiu nota informando que defendeu junto à CVM que a remuneração dos agentes (e outros custos) seja aberta ao investidor: “Acreditamos na transparência como norte para a atuação das instituições, especialmente no relacionamento com o cliente”. E complementa: “todos esses movimentos fortalecem a indústria de gestão, cujo papel estratégico se faz ainda mais relevante diante da busca por diversificação, especialmente no atual cenário econômico”. Gestão é o que a Maza faz. Monitoramos milhares de ativos financeiros e o contexto econômico atual para definir quais são os melhores investimentos para cada carteira. Auditamos e reportamos ao cliente cada lançamento, cada taxa, cada custo. E não podemos receber comissões ou rebates: a única remuneração da empresa é a mensalidade paga pelo cliente. Ao contratar a gestão, o cliente sabe que o seu investimento não tem vícios de escolha, e nem custos escondidos para remunerar agentes comerciais. Além disso, em algumas das corretoras de mercado, o cliente da gestão faz jus ao recebimento das taxas de promoção comercial que alguns produtos pagam. Já que a Maza não pode receber esses valores, eles são devolvidos diretamente ao cliente.  Não é apenas mais ético: também entrega melhores resultados .
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