Touro de Ouro é retirado, mas relação com bolsa de Nova York vai além

ABNER DE OLIVEIRA • 25 de novembro de 2021

Touro de Ouro é retirado, mas relação com bolsa de Nova York vai além



ABNER DE OLIVEIRA

Gestor de investimentos da Maza Invest


A remoção do Touro de Ouro instalado em frente à sede da Bolsa de Valores, em São Paulo, é o final pouco glamuroso de uma história que vai além do urbanismo. A estátua faz lembrar o “Charging Bull” (touro em investida) da Bolsa de Nova York, e desde o início não escapou a ninguém a semelhança entre as duas instalações. Porém, pouco se falou sobre a relação entre a bolsa de lá e a de cá.

Quanto à semelhança entre as duas instalações, artigos e memes foram rápidos em notar. Chegou ao ponto de se comentar que as partes íntimas de ambas as estátuas poderiam ser igualmente acariciadas pelos visitantes. O autor da estátua paulista, Rafael Brancatelli, apesar de admitir que a escultura simboliza o mercado financeiro, se apressou em negar a referência. Não convenceu a ninguém, e na minha opinião errou. Deveria ter admitido a inspiração – e mais: a homenagem.

A atitude reconheceria a histórica e estreita relação que as duas bolsas trazem entre si. Nos últimos anos, a correlação é superior a 65%. Significa dizer que as duas bolsas caminham juntas em seis a cada dez pregões: uma sobe, outra sobe; uma cai, outra cai. Esse comportamento, por si, já justificaria que o Touro de Ouro exibisse cornos e outras partes do corpo à feição do norte-americano.

É claro que a bolsa de Nova York é muito maior do que a B3 brasileira. E aqui cabe uma explicação para quem não está familiarizado com esse universo: por movimentar valores tão altos, quando o investidor estrangeiro se sente à vontade para tomar mais risco, isto é, quando a bolsa de lá está subindo, ele geralmente aloca uma parte do seu investimento nos países emergentes. Entre eles o Brasil, puxando a nossa bolsa para cima. Por isso, quase sempre que a nossa bolsa sobe, o dólar cai. É um indicativo de dólares inundando o mercado e derrubando o preço da moeda estrangeira. 

No entanto, tudo isso sofreu uma mudança brusca este ano. As duas bolsas medidas pelos seus índices mais acompanhados (o S&P 500 nos Estados Unidos e o Ibovespa no Brasil) vinham com movimento e ganhos bastante parecidos até 18 de junho. Nos últimos cinco meses, porém, a correlação se reverteu: quando o S&P 500 sobe, o Ibovespa cai. Até o momento a performance deste ano do S&P 500 está excelente, com 24,68% de valorização, enquanto o 2021 do Ibovespa amarga -14%.

A explicação está na diferença entre os choques ocorridos lá fora e aqui dentro. Enfrentamos nos últimos meses uma profusão de notícias ruins: CPI da Covid, crise energética, conflitos entre os poderes, PEC dos Precatórios com estouro do teto e outras crises internas cujos impactos interferiram na tendência de sincronia entre os dois índices. Se as bolsas têm reações parecidas, a política e as instituições não.

Não se sabe qual será o futuro do Touro de Ouro removido pela B3 por falta de autorização da prefeitura de São Paulo para estar lá. Desconfio que não terá o mesmo destino do touro de Nova York, também instalado sem aval oficial em 1989, mas recolocado no parque Bowling Green, a duas quadras de distância, graças ao apelo popular. Mas a relação entre as duas bolsas, relevando-se até mesmo a cafonice na escolha dos símbolos, o mundo dos investimentos espera que se restabeleça. 



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No momento de montar uma carteira de investimentos, é comum pensar em fatores como rentabilidade, risco e liquidez. No entanto, uma questão menos visível, mas igualmente relevante, é o conflito de interesses. Esse problema ocorre com mais frequência do que se imagina e pode afetar os resultados do seu portfólio. A questão se torna mais grave quando não há transparência na relação entre o cliente e o profissional que presta o suporte para a realização dos investimentos . Nesse contexto, aprenda neste artigo o que é o conflito de interesses e como ele pode afetar o desempenho da sua carteira! O que é o conflito de interesses? O conflito de interesses ocorre quando as vontades de duas ou mais pessoas são conflitantes. No mercado financeiro, isso acontece quando uma pessoa, escritório ou instituição coloca seus próprios interesses à frente daqueles a quem deveria representar. Isso pode acontecer, por exemplo, por meio de um gerente bancário. Geralmente, ele conta com metas de vendas de produtos financeiros definidas pelo seu empregador. Logo, nem sempre ele indica essas opções por serem melhores para o cliente, mas para cumprir suas metas. Outra situação pode se dar com o assessor de investimentos. Caso seja um profissional comissionado, há chance de ele apresentar investimentos que garantem uma comissão maior, mesmo que não sejam os mais adequados aos objetivos do investidor . Como esse fator pode afetar o desempenho da sua carteira? Sabendo o que é o conflito de interesses, é hora de entender como ele pode afetar o desempenho da sua carteira. Você viu que quando um profissional é influenciado por metas, comissões ou incentivos de terceiros, a estratégia da carteira pode ser desviada do que faria sentido para o cliente. Por exemplo, um investidor pode acabar exposto a ativos mais arriscados do que tolera porque eles geram bonificações maiores para o profissional. Da mesma forma, a diversificação pode ser comprometida, priorizando ativos de uma única instituição — que paga maiores comissões. Como resultado, o investidor corre o risco de ter uma performance diferente da esperada, além de poder estar mais suscetível a perdas em cenários de crise. Assim, ele tende a ficar cada vez mais distante do seu objetivo, seja rentabilizar a carteira, proteger seu patrimônio, entre outros. Como evitar o conflito de interesses ao investir? Uma das formas de evitar o conflito de interesses na hora de investir é buscar por gestores independentes. Eles são profissionais ou empresas que não estão vinculados a instituições específicas, portanto, não estão restritos ao portfólio de investimentos delas. Ao não receberem comissões de bancos ou corretoras por produtos recomendados, os gestores podem atuar de forma mais transparente e personalizada. Ademais, a sua remuneração é paga pelo próprio cliente, garantindo uma atuação alinhada ao interesse do seu contratante. Essa transparência na relação fortalece a confiança no serviço prestado e favorece decisões mais racionais e eficazes. Isso porque a seleção dos investimentos e a sua gestão será baseada no perfil do investidor e nos seus objetivos, em busca dos melhores resultados para ele. Como você viu, o conflito de interesses é um risco silencioso — mas real — no mercado financeiro. Optar por uma gestão independente e transparente pode ser um passo importante para evitá-lo, em busca de construir uma carteira sólida e que atenda às suas necessidades. Quer começar a investir com o suporte de uma gestora de recursos independente? Entre em contato com a Maza Invest e tire todas as suas dúvidas !
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