O ano de 2022 começou com volatilidade: veja como isso afeta os seus investimentos

mar. 18, 2022

O ano de 2022 começou com volatilidade: veja como isso afeta os seus investimentos

ABNER DE OLIVEIRA

Gestor da Maza Invest


O ano de 2022 começou com muita volatilidade, como era esperado, mas de uma maneira mais caótica do que em 2021. Vimos uma grande rotação de portfólios, com o investidor estrangeiro mudando suas posições nos Estados Unidos e na Europa para uma alocação maior nos emergentes, e desde a conflagração do conflito no Leste europeu o Brasil tem sido beneficiado com esse fluxo. Janeiro e fevereiro já somam mais de R$ 70 bilhões, um recorde absoluto na bolsa brasileira.

O aumento no preço das commodities geralmente é notícia boa para o Brasil, mas desta vez veio de uma maneira muito rápida e intensa, o que significa a possibilidade de pressão inflacionária interna maior. A valorização do real nos dois primeiros meses do ano não foi suficiente para acalmar esse efeito. Por outro lado, o Banco Central deve forçar um pouco mais a mão e subir a Selic. Algumas projeções já apontam para acima de 13% este ano, o que é uma notícia boa para o investidor conservador que está com papéis pós-fixados na carteira. 

Do lado do risco Brasil começamos a ver um fenômeno esperado que é o início da influência da campanha presidencial no preço dos ativos. O discurso dos candidatos passa a influenciar a percepção do investidor. Isso aconteceu com Petrobras, por exemplo, que está experimentando altas sucessivas por causa da elevação do preço internacional do petróleo, mas que também é alvo de críticas e promessas de controle de preços por parte dos candidatos. Isso derruba o preço da ação no momento que os fundamentos sustentariam uma alta, e essa dinâmica deve se repetir ao longo do ano.

Nas nossas carteiras vimos nos dois primeiros meses do ano um comportamento bastante negativo dos ativos atrelados ao exterior, tanto por causa da queda generalizada dos preços desses ativos lá fora como pela valorização da moeda brasileira. É uma correção esperada e vem na sequência de um 2021 muito positivo, mas trouxe certo prejuízo para essas carteiras em janeiro e fevereiro.

Em fevereiro fizemos uma revisão geral das carteiras, algo que é programado e precisa ser feito periodicamente para readequar o risco e as locações. Estamos neste momento operando as transformações nas carteiras e bastante satisfeitos com os resultados. Nossos clientes estão vendo os movimentos de compra e venda relativos a essas alterações. 

Do lado mais conservador fizemos diversas adequações para manter as carteiras completamente livres da exposição de mercado. Nossa carteira conservadora não tem qualquer posição em bolsa ou moedas. E do lado mais arrojado fizemos uma movimentação geral para reduzir os riscos desde o fim do ano passado. A volatilidade dos ativos aumentou muito, exigindo que a gente faça os ajustes necessários para o que o risco de cada carteira esteja enquadrado exatamente nos limites que fixamos em cada um dos modelos.

Um ano que já se prenunciava complicado ficou ainda mais com o conflito no Leste europeu. Volatilidade, risco e até um certo caos serão as palavras deste primeiro semestre, pelo menos. Com uma solução rápida no conflito as coisas tendem a voltar ao normal, mas isso não deve ser esperado. Para o investidor médio a conduta mais indicada é o regresso a posições mais conservadoras. Mesmo que a carteira não esteja muito bem, é prudente colocá-la no caminho de mais certeza e previsibilidade que a renda fixa este ano vai prover. 

As taxas básicas estão altas e isso é uma boa oportunidade para o investidor ter um ano mais tranquilo. É claro que aqueles que têm um pouco mais de apetite e de experiência também sabem que oportunidades sempre haverá, e este ano não será diferente. Vamos lembrar que a bolsa brasileira continua muito descontada, então apesar de tudo as oportunidades continuarão existindo e a gente não descarta a possibilidade de ser um ano positivo para a bolsa também.

A nossa equipe está à disposição para esclarecer dúvidas, avaliar cenários e conversar em detalhes sobre cada um desses assuntos. Obrigado e até a próxima!


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Na semana passada, o banco Itaú veiculou uma propaganda em horário nobre em que um ator se mostrava arrependido por ter “investido em corretora”. A peça ironizava ainda o assessor de investimentos que, ligado à tal corretora, não parava de telefonar para o cliente indicando novos investimentos, em busca de melhorar sua comissão. O filme deu o que falar. A maior rede comercial de investimentos do Brasil, a XP, respondeu através de um duro comunicado, em que acusa os bancos de preferirem o “Brasil do passado, com juros altos e baixa concorrência”. E defendeu o modelo de comissionamento dos assessores XP, argumentando que o modelo é “transparente”. A campanha tocou em pontos importantes. O investidor brasileiro atua majoritariamente através dos bancos de varejo e tem pouco conhecimento das possibilidades que estão à sua disposição no mercado. Considera que investir através do banco é mais seguro, ignorando que o risco dos investimentos está principalmente na escolha dos ativos que irão compor a sua carteira e não na corretora. E como não é fácil escolher investimentos, ele acaba dependendo da intermediação de agentes que, às vezes, operam de forma pouco clara. Nesse sentido, o Itaú e a XP são muito parecidos. Ambas as empresas se utilizam do mesmo modelo comercial, que está baseado em remunerar o agente em cima do que ele recomenda ao cliente. Todos os produtos apresentados por um gerente de banco ou por um assessor de investimentos pagam comissão e rebates. Além disso, estes profissionais estão subordinados a metas de vendas e captação. As duas entidades também são pouco transparentes em relação a essas regras. É raro que um cliente saiba quanto cada produto paga de comissão ao agente. Muitos, sequer, se interessam pelo assunto. Não é errado “ganhar dinheiro”, como diz o presidente da XP. E o modelo descrito acima não é ilegal, ao contrário. Mas não dá para dizer que ele prioriza o cliente. Em resposta à controvérsia, a Anbima (entidade autorreguladora do mercado) emitiu nota informando que defendeu junto à CVM que a remuneração dos agentes (e outros custos) seja aberta ao investidor: “Acreditamos na transparência como norte para a atuação das instituições, especialmente no relacionamento com o cliente”. E complementa: “todos esses movimentos fortalecem a indústria de gestão, cujo papel estratégico se faz ainda mais relevante diante da busca por diversificação, especialmente no atual cenário econômico”. Gestão é o que a Maza faz. Monitoramos milhares de ativos financeiros e o contexto econômico atual para definir quais são os melhores investimentos para cada carteira. Auditamos e reportamos ao cliente cada lançamento, cada taxa, cada custo. E não podemos receber comissões ou rebates: a única remuneração da empresa é a mensalidade paga pelo cliente. Ao contratar a gestão, o cliente sabe que o seu investimento não tem vícios de escolha, e nem custos escondidos para remunerar agentes comerciais. Além disso, em algumas das corretoras de mercado, o cliente da gestão faz jus ao recebimento das taxas de promoção comercial que alguns produtos pagam. Já que a Maza não pode receber esses valores, eles são devolvidos diretamente ao cliente.  Não é apenas mais ético: também entrega melhores resultados .
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