Por Maza Invest
•
15 de julho de 2025
Olá! Como vai? O segundo semestre de 2025 já começou trazendo destaques importantes para o mercado financeiro brasileiro, especialmente relacionados à política internacional. Logo na primeira semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras. Além disso, a Selic elevada e a inflação em alta continuam a influenciar a política monetária nacional. Neste boletim da Maza Invest , você entenderá o que movimentou o mercado até agora e a que deve ficar atento para o futuro. Acompanhe a leitura! Cenário nacional Internamente, o Brasil continua lidando com juros em um patamar alto — o maior desde 2006 — e uma inflação persistente. Adicionalmente, o cenário fiscal segue em foco. Saiba mais! Trump anuncia tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e eleva tensão comercial Em um movimento que intensifica a tensão diplomática entre Brasil e EUA, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto . A medida foi comunicada por meio de carta e é interpretada como retaliação política . O conteúdo faz referência direta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, também com críticas à atuação da Corte em decisões sobre plataformas digitais americanas. Trump ainda alegou que o Brasil adota práticas comerciais injustas que prejudicam os interesses dos EUA. No entanto, dados do Ministério do Desenvolvimento indicam o superávit para o lado norte-americano. A resposta do Governo brasileiro destaca a soberania das instituições nacionais, avaliando uma reação baseada na Lei de Reciprocidade Econômica. O setor exportador acompanha o desdobramento com atenção , especialmente em áreas como siderurgia, aviação, petróleo e agronegócio. Do ponto de vista da Maza Invest , a promessa do Governo brasileiro de retaliação pode levar a novos aumentos de tarifas pelo lado dos EUA. Contudo, a decisão tem tom mais político do que macroeconômico e uma reversão é possível. Copom eleva a Selic para 15% ao ano e sinaliza fim do ciclo de alta O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, levando os juros básicos da economia a 15% ao ano — maior nível desde 2006. O Copom justificou o ajuste com base nas incertezas do cenário econômico e reforçou que deve manter os juros no atual patamar por um período prolongado, sem novas altas. A medida marca a sétima elevação consecutiva da Selic, encerrando um ciclo iniciado em setembro de 2024. Com a taxa em dois dígitos, o crédito fica mais caro, pressionando empresas e consumidores. Inflação oficial acumula 5,35% em 12 meses e supera teto da meta O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho registrou alta de 0,24% , resultado levemente abaixo do patamar de 0,26% de maio. No acumulado de 12 meses, o índice alcançou 5,35%, acima do limite superior da meta contínua de 4,5%, configurando seu descumprimento formal. A persistência da inflação acima do teto levará o Banco Central a emitir nova carta explicativa ao Ministério da Fazenda , como prevê o regime de metas. O resultado mantém o cenário de pressão inflacionária no curto prazo , justificando a postura cautelosa do Copom ao elevar a Selic para 15% ao ano na última reunião. Investimentos de destaque Na visão da Maza Invest , existe uma tendência de convergência da inflação para a meta. Nesse sentido, apesar da elevação recente, a desaceleração da atividade econômica começa a ganhar força e pode antecipar um movimento de flexibilização monetária, embora não haja clareza. Esse cenário reforça a atratividade dos investimentos em renda fixa, inclusive no crédito privado. Mesmo em um contexto de possível queda dos juros, o segmento tende a se beneficiar de taxas, do ponto de vista de inadimplência e mora. Cenário internacional O Federal Reserve (Fed) manteve os juros dos Estados Unidos na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano pela quarta vez consecutiva. A decisão unânime era amplamente esperada, mas veio acompanhada de sinais de cautela, em especial diante da política tarifária do presidente Donald Trump. Apesar das pressões por cortes imediatos, o Fed reiterou que seguirá aguardando mais dados antes de ajustar sua política monetária . A escalada tarifária, combinada à inflação acima da meta, pressiona os preços internos e derruba a confiança de empresas e consumidores. No primeiro trimestre , o PIB dos EUA recuou 0,3% em taxa anualizada , contrariando as projeções. Enquanto isso, a manutenção dos juros em patamar elevado tende a fortalecer o dólar, atrair capital para os Treasuries e reduzir o apetite por ativos de risco em países emergentes. A projeção é de pressão adicional sobre o câmbio e os juros no Brasil. Principais indicadores Depois de acompanhar os destaques da economia brasileira e do cenário global, é hora de revisar os principais números do período. Observe os dados consolidados entre 1º e 30 de junho: